Luís Martins, 1985.
Foi em 2005 que vi o meu primeiro
concerto na Galeria Zé dos Bois.
Os The Vicious Five lançavam o
primeiro álbum e foi a primeira vez de muitas que entrei no Aquário, sem
conhecer a banda e que descobri música que não conhecia.
Antes de fotografar, era espectador
assíduo. Algumas vezes, a medo, levei uma pequena máquina só para ter alguma
recordação. Mas foi no momento que decidi levar a “máquina boa” que um
outro mundo se abriu. Pouco a pouco, os meus dias e as noites da
ZDB misturam-se.
Já não me lembro de entrar na ZDB
sem a máquina e está é a minha maneira de participar nos concertos.
Vera Marmelo, 1984.
A primeira vez que entrei na
Galeria Zé dos Bois para fotografar foi na tarde de 10 de Outubro de 2004.
Tocavam os The Vicious Five. Dias depois, revelei e ampliei as fotos, e
levei-as à loja onde o Quim, vocalista da banda, trabalhava.
Foi apenas em 2006 que as fotos de
músicos e de concertos se tornaram num assunto mais sério para mim. Quase
sempre no Barreiro, quase sempre com os amigos.
Quando o Sérgio Hydalgo começou no
comando da programação musical da ZDB e a minha frequência do Aquário passou a
ser semanal. Entrava na ZDB sempre com a intenção de simplesmente fotografar e
saía muitas vezes profundamente surpreendida. Desde então, não tenho memória de
uma noite em que tenha cruzado aquelas portas de madeira para apenas ver um
concerto no Aquário.
No final do ano passado convidei o Luís para esta aventura a dois.
A ZDB celebra 20 anos de existência, eu já lá vou há 10 anos e decidi que a prenda havia de ser isto!
Um livro a duas mãos, com fotografias dos dois, escolhidas pelos dois.
Queriamos celebrar com a Z e ter um presente para eles e para quem mais quiser.
Fotografamos muito na ZDB. De
quando em quando, vai apenas um de nós, mas muitas são as situações em que
estamos os dois, lado-a-lado. Quase de certeza que as nossas primeiras
conversas foram na boca do palco, sentados a olhar para o público e a fazer
apostas sobre a pouca luz que iluminaria o concerto dessa noite. O Luís
fotografa também as peças n'O Negócio, a Vera aparece de tarde e rouba uns
retratos aqui e ali.
Um livro a duas mãos pareceu-nos
óbvio desde o início. Nunca com a intenção de fazer uma lista dos melhores
concertos ou de garantir uma cronologia exacta. Seria, na verdade, impossível,
porque não assistimos a todos. Escolhemos as que nos estão mais próximas, as
que achamos mais bonitas, as tiradas nas noites que mais nos marcaram. Incluímos
não só os concertos, mas também alguns retratos. A duas mãos, fizemos o dos
Dead Combo, em Dezembro de 2013, quando apresentaram a retrospectiva dos seus 4
discos na casa onde anos antes ensaiavam.
Luís Martins e Vera MarmeloOutubro 2014
A Ágata ajudou-nos a escolher as fotografias e a metê-las em pares bonitos.
A Filipa ensinou-nos mais do que ela pode imaginar.
O Sérgio disse que sim a tudo o que lhe iamos mostrando.
A Daniela e a Raquel estão agora a fazer com que o nosso presente chegue a todos vós.
Escrevemos umas memórias e bios bonitas, o Sérgio escreveu um texto maravilhoso, fizemos vídeos, umas fotografias e está tudo neste site: convitezdb.tumblr.com
No dia 23 de Outubro há festa.
Tudo isso descrito aqui: www.zedosbois.org/events/convite-de-luis-martins-e-vera-marmelo/ (até parece que vamos tocar na Z!!)
Mas resumindo:
23 de Outubro, às 18h30, na ZDB.
para quem não pode ir à festa de lançamento: convitezdb@gmail.com (para tratar directamente conosco), ZDB (em dias de concerto), Letra Livre ou STET.
Obrigada ZDB. Por estes 10 anos incríveis.
Obrigada Luís, por me deixares colar as minhas fotos às tuas.
'Um concerto é sempre inigualável e
uma noite é sempre irrepetível. Vivemos para a efemeridade, de tempo e espaço,
em que músico e público se cruzam. Encontros únicos, os que estes sete anos de
trabalho na ZDB me têm proporcionado. Este livro é um prolongamento desse
encontro, não é apenas uma memória, é também a magia da imagem capaz de recriar
o vigor de cada um destes momentos. O foco de luz e poeira que recorta um
corpo, o gesto que se arrasta, o esgar de olhos fechados, a forma da dança, a
configuração difusa de um vulto; tudo isso nos fala do volume exacto, da
frequência do som, do movimento frenético. Essa é a alquimia do Luís e da Vera,
transmutação da energia nocturna em imagem que perdura – e eles fazem-no tão
bem – o disparo é discreto e certeiro. Só podia nascer desse olhar, a gostar do
que faz e do que ouve.'
Sérgio
Hydalgo
Outubro
2014
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