TéV ix

Eu deixei em Rabo de Peixe um bocado muito grande de mim.
Dei muitos abraços às mães, era a única rapariga do grupo e isso acabou por ser um facilitador de muita coisa ali. É um meio pequeno, o homem trabalha, a mulher gere a casa, gere o pouco dinheiro que o marido traz para casa e fá-lo da maneira que melhor sabe, toda a gente quer saber da vida de toda a gente e há muita exploração por parte do dono do barco, do dono da casa, de todos os que têm um bocadinho de poder, ou um bocadinho de esperteza a mais.
Deixei bocados das minhas mãos nas mãos da Nicole e o coração com o João que mal consegue falar. Deixei lá muita coisa. Mas trouxe muito, trouxe coisas incomensuráveis.

Tév viii

No dia 1 de Dezembro é a vossa vez de assistirem a um concerto e assim ajudarem-nos a continuar a ajudar os meninos de Rabo de Peixe.

Tév vii

E foi organizado, pelo Samuel e pela Carla, um concerto no Cine-Teatro de Rabo de Peixe.


Tév vi

Passeámos um bocadinho.
Recolhemos imagens bonitas.

Tév v

No passado dia 11 de Novembro, eu, o Jónatas e o Ben fomos até aos Açores.
Fomos conhecer os meninos que os discos, melhor, as pessoas que compram os discos, estão a ajudar!
O plano era trazer de volta um retrato, um sorriso, um agradecimento.
Mas deixar lá qualquer coisa, levar qualquer coisa daqui deste lado de cá.
Fomos a suas casas, falámos com as mães e com os meninos.


Tév iv

O Jónatas decidiu que o disco que havia escrito em Água de Madeiros ia ganhar um formato físico e a  totalidade dos lucros referentes à sua venda, serviria para financiar a alimentação das crianças em Rabo de Peixe. 
Foi possível gravar e produzir o disco, preparar um primeiro concerto em Água de Madeiros, que aconteceu no dia 5 de Outubro, e enviar algum dinheiro para Rabo de Peixe, só com a ajuda dos primeiros 55 financiadores do projecto. 
Para além de todos os músicos que tocaram e cantaram no disco, o Jónatas convidou o Silas para fazer o artwork, a mim para fazer as fotografias e ao Ben para fazer os vídeos.

Tév iii

Passado algum tempo o Samuel e a Carla, perceberam que alguns dos meninos da escola de Rabo de Peixe faltavam às aulas. Razão? Não tinham dinheiro para comer.
A escola tem um refeitório que funciona com um sistema de senhas. Para estas crianças terem direito a almoço são necessários 5€ por semana, dinheiro que os pais não têm para lhes dar.
Na tentativa de ajudar os meninos, o Samuel e a Carla começaram a alertar amigos e familiares para esta situação. Conseguiram montar uma rede de ajuda entre as famílias, assistentes sociais e escolas, garantindo que as crianças mais carenciadas tinham o direito ao almoço.

TéV ii

O Jónatas passou um bocadinho deste verão em Água de Madeiros, onde foi desafiado a escrever uma canção. Fez 7. E decidiu fazer um disco. Mas não o fez sozinho. Contou com a ajuda de muita gente.

TéV i

O Samuel e a Carla partiram de Mangualde e de Viseu para os Açores. São professores, queriam ficar juntos a ensinar.

No ano passado ficaram colocados na freguesia de Rabo de Peixe.
Moram por lá cerca de 7500 pessoas, famílias numerosas, uma média de idades de 25 anos, uma taxa de anafalbetismo de 17% e casa e um porto novos no Bairro dos Pescadores, que nós fomos visitar.